A resistência à qual nos agarramos para respirar sem comprimidos reside na fagulha de sentido que conseguimos criar para cada momento vivido.
O acúmulo de instantes intensos nos permite sobreviver em meio ao caos da rotina.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
domingo, 17 de junho de 2012
Película
Meu problema consiste em ser.
Ser
infinita e ser ruminante. O prato feito nunca acaba, e é bonito repetir.
Pode
acarretar em uma ou outra perda qualquer, comum: um trem que chegou e não prestará
serviço, uma frustração intelectual pós-leitura ou uma fatia de pão mofado. O
essencial é que a perda, por si só, esteja acoplada à criação das setecentas e
tantas expectativas.
Ruminar
o infinito significa nada além de estagnar-se dentro de uma invenção.
Shoulder to shoulder
Eu quero viver escrevendo sobre meus amantes. Escrever
sobre cada detalhe, cada pedacinho daquilo que um dia eles, por vontade própria
e única, me mostraram. Gosto do detalhe, das aspas sem contenções. Gosto das
sombras, e das sobras mais íntimas que consigo raspar.
Gosto
quando o canto da boca ameaça sinceridade em um meio sorriso.
Gosto do puro, do não-ensaiado, do simples e do
leigo de qualquer entrega, em sua totalidade.
As pessoas pelas quais tenho maior interesse são as
infelizes. Não sei ao certo por quê.
Talvez
porque eu considere a exposição de sensibilidade uma das coisas mais bonitas
que já vi. A entrega dos pontos, o assumir que é assim e à merda com o orgulho.
A exposição do seu próprio ser, cru.
Sentimentos.
Mesmo que os piores, que os rasgantes. Porque mostram o desconforto em relação
à significação de cada passo que somos, diariamente, condicionados a arrastar.
Pessoas tristes sentem-se não-pertencentes.
Sentem-se alheias a um sistema em que sentir prazer é fundamental, e, mais
ainda, obrigatório. Se isolam porque, verdadeiramente, não sentem. E não há
remédio-floral-religião-auto-ajuda que vai fazê-los engolir e sorrir, mecânicos.
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