domingo, 16 de janeiro de 2011

"365 noites bastariam pra me explicar por quê."

Eu quero ser famosa. E ter muito dinheiro.
Quero ter uma banda de Rock'n Roll e espalhar pelo mundo todas as ideologias que gritam dentro de mim.
Eu quero poder usar cinta-liga, jaqueta de couro e black power na Paulista, sem que me olhem com olhos esnobes de reprovação.
Eu quero sair pela rua com a roupa manchada, cantar Cazuza em quase gritos e torcer pra que minha voz fique rouca.
Eu sou apaixonada por vozes roucas.
Eu quero cantar com voz rouca, em uma banda de Rock'n Roll na Paulista, de cinta-liga e jaqueta de couro manchada, qualquer música do Cazuza. Talvez 'Blues da Piedade'. Talvez 'Por que a gente é assim?'. Talvez eu troque o black power por um moicano.
Eu quero fazer história.

Quero que gostem das minhas palavras. Não preciso que as citem, só quero que gostem. Que isso acrescente um algo qualquer, um algo que nem precisa ser especificado, contanto que seja bom. Um algo, na vida de alguém.
Eu quero fazer história, e me envolver, mesmo que (só) através das minhas palavras, na vida de alguém.

Eu quero sucesso. Entende? Atenção, reconhecimento, prestígio. Quem não quer?
Eu não conheço quem não queira.
Eu posso conhecer, também. Eu quero conhecer muita gente.
Eu quero fazer história, viajar, conhecer muita gente.

Da minha vida, eu não sei.
Eu não sei nada sobre as minhas impressões externas. Eu não sei nada sobre o que sabem as pessoas que sabem algo sobre mim.
Elas não me contam, pessoas não contam essas coisas.
Elas pensam, pra si.
As pessoas pensam. Sobre mim, sobre você, as pessoas pensam.
Eu não sei nada sobre o que elas pensam.
Eu sei pouco, sobre o que eu, pessoa, penso...


Eu quero fazer história.