segunda-feira, 10 de maio de 2010

(in)diferença

Todo aquele colorido típico de final de semana escorreu pelo gélido muro de mais uma segunda-feira.
Não é só o trânsito de todo início de semana, não são os atrasos ou as camisas abarrotadas. Não é aquela mistura desgostosa dos perfumes femininos a correr de um lado para o outro, nem aqueles suspiros, cansados desde cedo, embora já apressados com um copo de café na mão.
Não, não são nem os tropeções, nem os pulos, nem as esbarradas pelos cantos.

Tem algo a mais subestimando a segunda-feira! Algo que supera o cheiro de menta com tabaco, mas perde para as buzinas enlouquecidas em frente ao semáforo.

E em meio à tudo, é tudo puro silêncio, calado pelos gritos dos odores - de todos os tipos, tamanhos e embalagens. Desde os entorpecentes - particularmente, os mais usados - até aqueles amargos, os famosos 'reviradores de estômago', que deveriam ser proibidos e extintos de todas as prateleiras do mundo!

Ainda no caminho, são estancadas as solas gastas nos pés de quem anda, corre, voa!
De quem espera, aguenta, caminha, deita... Respira.

Estancado o ritmo completamente descompassado de quem não quer perder a hora.

Na verdade, eu descreveria não só essa, mas todas essas segundas-feiras como sendo mais um vício cotidiano.
Um vício em uma rotina suplementada por algumas gotas ácidas e comprimidos para dormir bem.

Uma feliz boa noite para nós.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

isso é o que dizem das mãos sujas
o que dizem do hoje meio torto, mal-enquadrado.
já pedi, longas vezes, para arrumarem essas cortinas desajeitadas.
é que, quando se é empregado, é tão mais difícil seguir ordens!
deixar quieto, livre, por si só...
é cada uma que eu tenho que ouvir.
mastigar.

me recuso a engolir.