quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Duas pesos... dois medidas?

Imaginação.
Subconsciente.
Propostas criadas como resposta à agonizante contração mental.

Conversas construídas por silêncio. De tão idealizadas e incessantemente repetidas, tornam-se quase que concretas. São tidas como verdade pelo som vazio dos transportes públicos ou mesmo pelos inquietos dedos atormentando a madeira.
São (ilusoriamente) incentivadas pelos saudáveis 140 caracteres que, querendo dizer tudo, acabam abstraindo qualquer "estupor mental" fielmente estabelecido.
Nada que um mau-humor, um descaso ou um súbito comentário-coice não resolva, pra quebrar a bolha de distorção. Essas coisas são engraçadas.

Por mexer com palavras e naturalmente utilizá-las de forma subliminar de-mim-para-comigo-mesma, acredito que todos conversam assim, quase que dentro do meu mundo, alheio e histérico. E me prendo em detalhes de conversas, na palavra-que-foi-utilizada-no-lugar-da-que-não-foi, em olhares que me gritam, com e sem palavras, desenhos de fragilidade, insegurança e dúvida.
Eu não sei lidar com a (minha) dúvida.

Sempre me julguei um tanto direta, talvez por ter claro, e até óbvio, para mim mesma, aquilo que quero. Demonstrações costumavam ser mais frequentes, admito, embora as que (ainda) consigo expelir hoje em dia me pareçam de todo notáveis. Entretanto, em conversas imparciais, por ontem, ou por qualquer algum-outro-dia dessa semana batida, assumi minha surpresa por não reparar no m-e-s-m-o, torto e superficial que, me frisaram: faço. E invento reações, atuações e respostas, com palavras decoradas e absolutamente-completamente-estupidamente justificadas.

Minha imaginação de mãos apertadas com minha sanidade, em uma disputa suplicante e amigável por um segundo de certeza.

Dois litros de impaciência por dia.
Excitação e frustração, em alternância, em doses semanais.
Uma pitada rasa e tímida de ciúme, por hoje.