sexta-feira, 30 de abril de 2010

nasce no interior do corpo, escondido por trás do estômago, e vem crescendo, brincando, tamborilando como dedos nos cantos, nas paredes, crescendo, se apossando de cada espaço, formigando, subindo, massageando e subindo, pela barriga, pela garganta, crescendo, formigando, subindo!
uma imensa e irregular vontade de gargalhar,
de rir de tudo,
é!
que me faz cócegas pelo corpo, até a garganta, assim!
mas que vontade súbita de gargalhar!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

à querida sanidade

risadas, olhares, conversas, abraços, telefonemas, sonhos, pesadelos, o acordar em meio ao real.
os fogos, as faltas e os pênaltis - aqueles errados, que batem no travessão.

a chuva quente, que inunda o corpo, em uma roda de dança incessante.
contínua, incessante
constante
não pára, a roda
não pára
e
me
en
lou
que
ce.

terça-feira, 20 de abril de 2010

parênteses

talvez seja o contrário.
o propriamente dito amadurecimento: o resfriamento das mãos em dias quentes.
É, e o que se tem a fazer quando, de repente, de um sentimento inativo - apenas lá, reguardado, intacto e muito bem coberto para (evitar) o atrevimento de ressurgir em alguma ocasião repentina - ressoa pela sala, ecoa pela casa, raspando o estômago e revirando-o em uma massa de embriaguez auto-formável.
for-mi-dá-vel.
o que se tem a fazer?
se, nessas horas, tudo o que se pensa é sentido, e o que se mostra é uma falsa fortaleza.
se, nessas horas, tudo o que se faz é se roer, se retalhando sem tecido suficiente, metralhando qualquer sopro de alívio, esquecendo por relembrar.
Revive-se uma memória, um passado não-tão-distante, e o resultado - nada maduro, eu sei - é o 'apagar ' dos presentes.
e então?
o feito, o devidamente feito e inalterável não cabe às mãos.
nem ao estômago, coitado.
não encontro a solução - nenhuma me agrada.