sábado, 24 de dezembro de 2011

New Age

Abandonei por completo meu caderno retalhado durante esse ano. Talvez por falta de tempo, ou de tédio. Me parece piegas demais tentar discorrer sobre o-quanto-esse-ano-foi-diferente-e-maluco, então me contento em deixar registrado, apenas, que Novo e Antigo, ao mesmo tempo súbitos, foram os responsáveis pelas irregulares oscilações de todos os sentimentos dentro de mim. E eu, ao fim de cada flash desesperado, apenas me deixei ser.

Terminei de ler "O Estrangeiro" ontem e sinto que preciso de uma reabilitação urgente. Talvez eu devesse ter me sentido, de fato, à parte, lendo Camus. Engraçado... Só consegui sentir naturalidade. Como se entendesse a fundo a simples e constante aceitação exercida por Mersault. O básico do que seria um não-envolvimento-aprofundamento-ou-qualquer-outra-dessas-caralhas-sentimentalistas.

Talvez o fato de não andar mais trepensando minhas histórias cotidianas por aí seja o que vem me deixando mais assustada. Algo nos ambientes, nas pessoas ou nos acontecimentos desse ano me fizeram perder parte de algo íntegro que sempre considerei importante. Hoje quase não dá tempo de me arrepender de qualquer coisa. Estou constantemente esperando a próxima etapa. E tenho a impressão de que todos estão assim.
Estamos todos destinados a uma espécie de mundo oco. À completa perda da consciência, em seu sentido mais profundo. O foco de hoje é outro. No vazio.

Em meio a toda essa filosofia de bar, a única conclusão plausível que me ocorre é a de que estou inconformada simplesmente pelo fato de não conseguir me inconformar.
Bom, deve existir algo de bonito dentro disso tudo, afinal. Algo que me segure, talvez, para que eu não me esqueça do pedaço de mim que vez ou outra insiste em me gritar, mesmo em sussurros, "não desacredite, não desacredite, não desacredite..."

Feliz Natal (grande merda).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Eu quero escrever "tanto faz" em um guardanapo e distribuir no ano novo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Três

Me apaixono por uma pessoa diferente a cada dia que nasço. Me entrego ao todo, imersa, e aí só enxergo o exclusivo do momento. Sem o "amor" de antes de ontem, que não é o mesmo de ontem, que não é o mesmo de amanhã. Sem nenhum deles, sem consequências e sem paredes. Só paixão, corriqueira, assim.
Nas minhas veias corre Encanto.
É de intensidade alternada a cada manhã histérica que me formo.
Intensa.
Que me sou.
Inteira.
Que me existo.
É por isso que a gente existe.
Por instantes.