segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sei lá, as coisas parecem não andar de repente.
Me digo isso por vários dias - se não por todos os da minha vida.
Meio radical, eu sei, considerar toda uma existência, ainda mais de relativo pouco tempo. Mas é o que observo, uma análise impessoal: Própria! Como se por dentro sempre faltasse algo maior, menor... Tanto faz! Só precisa estar faltando alguma coisa útil. importante. necessária. im-pres-cin-dí-vel!
Minha essência, sempre uma peça a mais, a menos. Oito ou oitenta, é essa a definição.
Cólera, me falta umidade.
Insatisfação.

Algo como uma reafirmação

Gosto de escrever sobre as coisas que acontecem, relatar os fatos, descrever as cenas, os diálogos.
Me utilizo daqueles detalhes mais bobos, guardo palavras, entonações e formas de olhar.
Só não sei se escrevo por hábito, por que admiro o todo da minha observação, ou se deixo tudo guardado pra, quem sabe um dia ler, e ter a certeza de que as coisas aconteceram de verdade.
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É muito fácil sorrir pelo acaso do encanto de novas eras.

domingo, 15 de agosto de 2010

"Ei, idiota" - Era a única das muitas formas de chamar atenção que pôde ler - esta, na forma de uma mensagem encontrada na caixa de saída.
- Ele não me atende, não responde meus recados, ignora minhas mensagens. Ele não liga pra mim, e é por isso que gosto dele.

Uma pausa.
Mil cores e confusões, trocas de cena, de cenário. Bem assim, como uma peça mal ensaiada, mas de desfecho mais que significativo.

A carta lida com os olhos de choro, de raiva:
"O tempo passou, percebi que não é mais você. Nossas conversas não são mais tão fundamentais, como são as minhas com ele. A presença dele já é acima da sua, e eu preciso estar perto dele, muito mais do que preciso de você. Pensei um dia em reverter, bobagem. Descobri que ele é ainda muito mais interessante. Mais importante. Estou indo atrás dele, não me espere mais."

O sentimento que já nem soube explicar - ou não quis demonstrar, sequer para si.
O vácuo do momento, do resto dos dias.
Não quis mais conversar.
Acendeu o isqueiro, queimou a carta.
Se entregou ao sono mal dormido outra vez.

Surto psicótico das onze da manhã

Na maneira como se formam as palavras na mente, se englobam por uma grossa corrente por onde correm desenhos de cores, dores e música. Desenhos que dançam no meio de outros desenhos que ali se formam, entre estradas sinalizadas, caixas de correio, bailarinas na avenida, flores murchas voando no céu.

Vão todos correndo, palavras e desenhos, em linhas curvas formando um algo reto, e se jogando ao final da folha, fechando a corrente, preenchendo o espaço daquele que não voltará jamais a ser branco, o precipício rabiscado.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

no meu ateliê programado, no meio dos trapos e costuras, recortes batidos e manchados com café.
minhas cócegas pelo estômago, minhas próprias construções
que são minhas, e só minhas.