domingo, 15 de agosto de 2010

"Ei, idiota" - Era a única das muitas formas de chamar atenção que pôde ler - esta, na forma de uma mensagem encontrada na caixa de saída.
- Ele não me atende, não responde meus recados, ignora minhas mensagens. Ele não liga pra mim, e é por isso que gosto dele.

Uma pausa.
Mil cores e confusões, trocas de cena, de cenário. Bem assim, como uma peça mal ensaiada, mas de desfecho mais que significativo.

A carta lida com os olhos de choro, de raiva:
"O tempo passou, percebi que não é mais você. Nossas conversas não são mais tão fundamentais, como são as minhas com ele. A presença dele já é acima da sua, e eu preciso estar perto dele, muito mais do que preciso de você. Pensei um dia em reverter, bobagem. Descobri que ele é ainda muito mais interessante. Mais importante. Estou indo atrás dele, não me espere mais."

O sentimento que já nem soube explicar - ou não quis demonstrar, sequer para si.
O vácuo do momento, do resto dos dias.
Não quis mais conversar.
Acendeu o isqueiro, queimou a carta.
Se entregou ao sono mal dormido outra vez.

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