Agora restavam só aquelas antigas palavras jogadas.
O que mudou os trejeitos e as feições em um correr (absurdo) de horas, mudou também a coerência, a clareza e a veracidade daqueles cálices finíssimos, lotados de promessas jorradas com tamanha elegância, de letras unidas e cospidas com tamanha certeza, a boca dentro, a boca pendente, a boca fora.
Hoje, é o assunto predominante nas línguas pessoais. Não, nada íntimo, é claro. Nada individual. Respostas escolhidas a dedo, suposições cortando cada pedaço que ainda ficou. E um resíduo do que foi dito, jurado e, parcialmente, esquecido.
Algo parecido com uma pedra, no meio de um lago. Um empecilho, um obstáculo.
Ou até como um prego sendo martelado por horas. Mas nunca fundo o suficiente.
Os rabiscos deixados por caneta e apagados com borracha.
Os papeis rasgados com repulsa, colados com saliva.
O cheiro forte e a náusea consequente, a nostalgia propriamente dita, por sua máscara de ferro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário